quinta-feira, 27 de junho de 2013

Memórias queimadenses em foco no I Seminário de História e Cultura, na Universidade Federal de Uberlândia

A professora Claudia Costa inicia
sua exposição, durante a realização
de uma das mesas de comunicação
do GT-Memória, história
e subjetividades
.
Na tarde da última quarta-feira (26/06/2013), a emancipação de Queimados foi apresentada e tornou-se objeto de debates, durante o I Seminário de História e Cultura: historiografia e teoria da história, promovido pelo Programa de Pós Graduação em História, da Universidade Federal de Uberlândia.  O trabalho, intitulado "A emancipação de Queimados - RJ nas narrativas orais: enquadramento das memórias e escrita da história" foi apresentado pela professora Claudia Costa, no decorrer da sessão sobre Biografia, História, Memória e Anarquismo.  Essa sessão integrou o Grupo de Trabalho Memória, História e Subjetividades, coordenado pelo Prof. Dr. Gilberto Noronha.  Completando essa sessão, o pesquisador Maicon da Silva Camargo expôs uma parte de seu projeto de mestrado sobre as cartas familiares de D. Francisco Manuel de Melo e as pesquisadoras Lucia Elena Brito e Ananda Maria Veduvoto, abordaram as questões atinentes às memórias dos moradores mais antigos da cidade de Frutal - MG.
Durante a apresentação, o professor
Gilberto, coordenador do GT, faz
apontamentos para o posterior
debate.
Ao longo da exposição, a professora Claudia buscou demonstrar um pouco do trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos, em parceria com o professor Nilson Henrique, a partir do registro e análise das entrevistas com a população queimadense.  Parte dessas entrevistas vem sendo usada pela professora Claudia, na elaboração de sua dissertação de mestrado junto à Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob a orientação da Profª. Drª. Márcia Gonçalves.  Assim, esses relatos de vida têm sido importantes para a preservação e estudo das memórias de Queimados, com vistas à escrita da história da cidade. 
Dessa forma, consideramos que a participação em eventos, como esse seminário, propicia o debate acerca de questões concernentes à tendências historiográficas e/ou teórico-metodológicas que, certamente, muito enriquecem nossa prática.  A troca de experiências com pesquisadores de diversas instituições do país torna-se indispensável, além de se constituir em um exercício muito agradável.  Por meio dessas oportunidades, constatamos que outras cidades do Brasil possuem pesquisadores que, assim como nós, se dedicam à investigação do passado através dos "fios e rastros" - para usar uma expressão do historiador italiano Carlo Ginzburg - que podem estar em vários lugares, notadamente nas memórias.  Ouvi-las e torná-las objeto de estudos historiográficos tem sido nosso maior desafio durante os últimos anos.  Saber que não estamos sozinhos, diante de semelhante desafio, é altamente motivador!       
Ao encerrar a apresentação, começaram os debates: Queimados e sua
história suscita questões e sugestões, integrando discussões
muito profícuas.
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Obs.: As passagens para Uberlândia, que permitiram a participação da professora Claudia Costa nesse evento, foram custeadas com verba concedida pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ)

terça-feira, 25 de junho de 2013

Queimados mostra a sua cara em protesto pacífico: em questão, os problemas do município

Queimadenses, sobre a passarela da ferrovia, observam
e se integram, gradativamente, ao movimento
pacífico que tomou as ruas do centro.
Em consonância aos protestos que tomaram conta de várias cidades do Brasil, ao longo desse mês, a população de Queimados também foi às ruas, nessa última sexta-feira (21/06/2013).  Portando cartazes com reivindicações que também ecoaram pelas ruas de outros municípios da Baixada Fluminense nesse mesmo dia, os queimadenses se concentraram na Praça dos Eucaliptos e partiram em passeata, em direção ao centro da cidade.  No caminho dos manifestantes, a prefeitura da cidade e o fórum, símbolos do poder público.  A manifestação, que contou com gente de várias idades e até mesmo famílias, foi acompanhada de perto por um efetivo da Polícia Militar que, entretanto, não precisou entrar em cena.


Apesar do quantitativo expressivo de manifestantes, a polícia somente
cumpriu o seu trabalho de observar o movimento e zelar pela
segurança de todos.
Refletindo sobre todo esse movimento, deflagrado de norte a sul do país, se torna inevitável pensar nos ideais de democracia e cidadania que vêm sendo adotado no Brasil, desde iniciado o processo de abertura política, há mais de 30 anos.Em meio ao bombardeio midiático em torno dos eventos e as polarizações político-ideológicas, por vezes radicais: que balanço podemos fazer sobre os rumos que as ações populares vem apontando no Brasil?  Ou uma questão mais ampla: que tipo de democracia e ação cidadã estamos assistindo emergir dessas manifestações?
Manifestantes levam seus 
cartazes pra rua: problemas 
da cidade postos em discussão.
Os questionamentos e as respostas não são simples.  Até porque, ter uma percepção global dos eventos que estão acontecendo, estando também nós, mergulhados no processo, não é tarefa das mais fáceis.  Essa é, aliás,  uma pedra de toque para os debates entre Ciência Política e História: existe um recorte cronológico específico que delimite os objetos de uma ou outra área de saber?  Os acontecimentos vividos podem ser analisados por estudos históricos?  As pesquisas realizadas no campo da História do Tempo Presente apontam para debates cada vez mais profícuos entre História e Ciência Política que, longe de se excluírem, vêm enriquecendo as análises sobre  temas atuais.
Assim, ao acompanharmos esses protestos, seja nas ruas ou pelas mídias, é  inevitável buscar referências na história recente do país, procurando ampliar nosso entendimento sobre o que está acontecendo.  Dessa forma, o presente artigo não pretende julgar se há herois ou vilões nessa história.  Até porque, isso não é função da história!  A proposta é esboçar um breve balanço das questões envolvendo a democracia brasileira e o tipo de cidadania que ele vem colocando em discussão.
A maioria das teses de pesquisadores brasileiros, que hoje discutem a questão da transição política no país, concorda que suas origens se encontram no bojo das próprias contradições e paradoxos introduzidos pelo próprio regime ditatorial, civil-militar, que vigorou entre 1964 e 1989.  Assim, no caso brasileiro, a duração do processo de abertura, seus continuísmos e rupturas são aspectos que devem ser levados em consideração quando pensamos sobre os eventos que ocupam as ruas do país agora.  Refletamos, portanto, sobre as permanências de aspectos autoritários no padrão democrático encetado no Brasil, a partir da década de 1980 e nos possíveis desdobramentos que vieram carreados por tal processo, no qual, segundo a percepção de muitos pesquisadores do assunto, ainda estamos mergulhados.
Direito de voto estendido aos jovens de 16 anos: conquista
da Constituição Federal de 1988 que repercute,
positivamente, na composição dos protestos atuais.
Apesar da evidente manutenção de aspectos autoritários que visavam, principalmente, a remodelação de práticas de controle social, a década de 1980 marcou um importante passo no sentido de construir o ideal democrático brasileiro.  Com  a promulgação da Constituição Federal de 1988, conhecida como “Constituição Cidadã”, verifica-se o despertar da sociedade brasileira para as grandes questões nacionais (NAVES, 2003: 569) e a consequente retomada dos direitos civis, em um movimento que pressupõe significativa ampliação do conceito de cidadania.  O movimento, que envolveu a promulgação dessa Constituição, colocou em questão os direitos políticos, na medida em que a nova  lei estabeleceu eleições livres e ampliou o direito de voto aos jovens a partir de dezesseis anos, povos indígenas e analfabetos.
Nesse contexto, não é demais lembrar, se desenvolveram as duas tentativas de emancipação de Queimados: o primeiro plebiscito, em 1988, frustrado por falta de quórum mínimo de votantes, e o plebiscito de 1990, que conquistou a autonomia queimadense, que deixou de ser o Segundo Distrito de Nova Iguaçu a partir de então.  Percebemos que as lutas pela expansão dos direitos políticos, para além daqueles sociais e civis, foram importantíssimas para a cidade e, em uma escala ampliada, para o Brasil.
O expressivo contingente e as mensagens nas faixas nos dão a ideia do 
que foi o movimento em Queimados: reivindicações sim, violência não.
Portanto, acreditamos que os protestos que assistimos agora, ocorrendo em diversas cidades do país, são desdobramentos dessas questões, cujos debates não se esgotaram nas décadas de 1970, 1980 e 1990.  Entende-se que o exercício da cidadania é praticado dia-a-dia e demanda a ampliação da consciência política de todos.  Nesse sentido, essas mobilizações já são vitoriosas: mesmo em um momento em que as atenções do Brasil e do mundo estão voltadas para os grandes eventos futebolísticos que o país sedia e sediará no próximo ano, conseguiram chamar a atenção para algumas mazelas nacionais, admitindo e denunciando a crise em diversos setores da administração pública, colocando-as, para o bem ou para o mal, nas pautas de discussão das mídias.    
Não nos atreveríamos a arriscar um prognóstico, até porque a futurologia não faz parte da história.  O convite é para que acompanhemos os próximos acontecimentos, buscando referências na história política do Brasil para opinarmos ou agirmos de forma consciente, reduzindo os espaços para o oportunismo ou o autoritarismo que, infelizmente, também são forças que costumam emergir em contextos de transformações eminentes.
Ao cair da noite, a passeata chega à sede da prefeitura e 
ao fórum de Queimados.
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Indicações bibliográficas:

AGGIO, Alberto.  “Regime militar e transição democrática: um balanço do caso brasileiro.” In Revista Estudos de Sociologia, v. 1, nº 1, 1996. Disponível em: www.seer.fclar.unesp.br/estudos/issue/view/121  Acessado em 20/04/2013.

ARTURI, Carlos S..  “O debate teórico sobre mudança de regime político: o caso brasileiro.”  In Revista de Sociologia e Política – Dossiê Transição Política. nº. 17, Curitiba, Nov/2001. – p.p.: 11-31.

AVRITZER, Leonardo. “Cultura política, atores sociais e democratização: uma crítica às teorias da transição para a democracia.” In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, Belo Horizonte,MG, v. 10, n.28, 1995.  Disponível em: www.anpocs.org.br/portal/publicações/rbcs_00_28/rbcs28_09.htm Acessado em 27/06/2012.

KINZO, Maria D’Alva G..  “A democratização brasileira: um balanço do processo político desde a transição.” In São Paulo em perspectiva, v. 15, nº 4, out/dez. 2001. Disponível em: www.scielo.br/pdf/spp/v15n4/10367.pdf  Acessado em 13/04/2013.

NAVES, Rubens.  “Novas possibilidades para o exercício da cidadania.”  In: PINSKY, J. e PINSKY, C. B. (orgs.)  História da Cidadania.  São Paulo: Editora Contexto, 2003, p.p.: 563-588.   

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Trabalho sobre Queimados é apresentado em mais um evento: nossa participação na Semana de História FEUDUC, em Duque de Caxias

Mesa 3 - Baixada Fluminense: História, patrimônio e
memória social:
da esquerda para a direita, Profª. Ercília,
Prof. Fábio, Prof. Inácio, Profª Gisele e Profª Claudia Costa.
Mais uma oportunidade de demonstrarmos os resultados parciais do nosso trabalho: na noite da última quarta-feira (19/06/2013), a comunicação intitulada "Escrevendo a história do município de Queimados - RJ: experiências possíveis, no âmbito da História Pública" foi apresentada pela professora Claudia Costa, durante as atividades previstas pela Semana de História da FEUDUC.
A proposta do trabalho se pautou na tríade: pesquisa, preservação e divulgação, para abordar as ações empreendidas por nós, do Memória, Pesquisa e Patrimônio Histórico de Queimados.  Tendo como eixo, as possibilidades introduzidas pela prática da História Pública, foi demonstrado um pouco das ações desenvolvidas, ao longo dos quatro anos de dedicação aos estudos das  interações possíveis entre as memórias e a escrita da história de Queimados, e sua interface com o público acadêmico ou não. 
Profª. Claudia Costa inicia a apresentação sobre as ações
desenvolvidas pelo Memória, Pesquisa e Patrimônio
Histórico de Queimados. 
Acreditamos que os saberes produzidos em centros de pesquisa histórica e universidades devam ter uma circulação que extrapole os muros do meio acadêmico e estejam acessíveis a um número cada vez maior de pessoas.  Acreditamos, ainda, que as ações que visem a esse objetivo contribuem para colocar em questão o exercício da cidadania, por meio da democratização do conhecimento e oportunidade de construção do saber.
Assim, aproveitamos o espaço para agradecer à gentileza do convite da comissão organizadora da Semana de História FEUDUC que, confiando na seriedade do nosso trabalho, proporcionou um interessante debate sobre diversos aspectos da história da Baixada Fluminense, nessa noite de quarta-feira...

Apresentando o blog para o público atento, composto por alunos da
FEUDUC: o evento oportunizou um ótimo debate sobre história da
Baixada Fluminense.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

II Seminário de Memória e Patrimônio Histórico de Queimados

Já estão abertas as inscrições para o II Seminário de Memória e Patrimônio Histórico de Queimados!  O evento desse ano contará com a presença de vários professores-pesquisadores, atuantes em importantes centros universitários e espaços de referência e guarda de documentação histórica do estado do Rio de Janeiro.  Como no primeiro evento, serão oferecidas dez instigantes oficinas, que deverão ser escolhidas pelo participante, no ato da inscrição.
O evento é mais uma realização nossa (Pesquisa, Memória e História de Queimados), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Queimados (SEMED/Queimados) e o Núcleo de Estudos sobre Biografia, História, Ensino e Subjetividades, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (NUBHES/UERJ).



Para maiores informações e realizar sua inscrição, acesse: http://projbaixada.wix.com/seminarioqueimados

sábado, 8 de junho de 2013

Pesquisa, memória, história e educação: é Queimados no II Encontro de Pesquisa em História da UFMG!

Kit do evento: nossas credenciais e os certificados
correspondentes às nossas exposições.
O trabalho em várias frentes, realizado pelo Pesquisa, Memória e História de Queimados, a despeito de todas as dificuldades, tem dado muitos frutos e, especificamente nesse ano, ultrapassado muitas fronteiras.  Nessa semana, estivemos em Belo Horizonte, para participar do II Encontro de Pesquisa em História da Universidade Federal de Minas Gerais (IIEPHIS/UFMG), onde apresentamos resultados parciais de nossos trabalhos, perante pesquisadores do Brasil e do mundo.
Na última quinta-feira, dia 06/06/2013, às 14 horas, foi apresentado, no Simpósio Temático 04 - "História Política e Culturas Políticas no Brasil Contemporâneo (1945-2013), o trabalho da professora Claudia Costa, intitulado "As narrativas orais acerca da emancipação do município de Queimados (RJ): uma possibilidade de análise no campo da história política."  Sua comunicação abordou parte de sua pesquisa sobre a emancipação de Queimados, que vem sendo desenvolvida junto ao Programa de Pós Graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGH/UERJ), sob a orientação da professora Márcia de Almeida Gonçalves.  Durante cerca de 20 minutos, a professora Claudia Costa procurou destacar a importância do uso de fontes orais, como documentação para trabalhar seu tema, tendo como eixo a renovação da História Política e o próprio conceito de Culturas Políticas.  Esse conceito, surgido a partir do diálogo entre Antropologia e Ciência Política, tem suscitado profícuos debates, também em âmbito historiográfico.  Dessa forma, a professora Claudia busca compreender o processo de emancipação queimadense, tendo como ponto de partida, as tensões entre culturas políticas autoritárias e culturas políticas democráticas, em questão no Brasil do pós ditadura.  Completando essa mesa, coordenada pelos professores mestrandos Carla Corradi e Gabriel Amato, estavam: o doutorando Marcelo Romero (UFJF), a doutoranda Mélanie Toulhoat (IHEAL - Paris 3 - Sorbonne Nouvelle) e a graduanda Rochelle Gutierrez Bazaga (UFTM).


Professora Claudia Costa, mestranda do PPGH/UERJ, faz a exposição de
parte de sua pesquisa no II Encontro de Pesquisa em História da UFMG:
dando a conhecer um pouco da história de Queimados.
Às 16 horas, teve início a mesa de comunicações livres, intitulada "Ensino de História II", na qual o professor Nilson Henrique teve a oportunidade de levar, para o público acadêmico, um pouco do projeto "Encontros & Conexões: [re]descobrindo histórias", idealizado no bojo das ações empreendidas pelo Centro de Pesquisa em Memória e Patrimônio Histórico de Queimados e realizado pela Secretaria Municipal de Educação de Queimados, no ano de 2011.  Ao longo de sua fala, o professor Nilson ressaltou a importância da formação continuada dos docentes e o caráter pluridisciplinar de projetos como esse.  Para quem não se lembra ou não participou do projeto, o "Encontros & Conexões" tinha como objetivo geral, a integração de disciplinas do currículo da educação básica, no sentido de revisitar a história local, objetivando despertar a consciência histórica de docentes e discentes, enquanto atores dessa dinâmica.  A partir dessa premissa, buscou-se a compreensão da historicidade da Baixada Fluminense, em articulação com o Vale do Paraíba, levando em conta as relações econômicas, sociais e culturais estabelecidas entre essas regiões, ao longo do tempo.  completando essa mesa, coordenada pela professora doutoranda Débora Cazelato, estavam: Marco de Mendonça (UFMG), Thiago Viana (UFV), Cleyton Santos e Carlos Soares (ambos do Centro Universitário Adventista de São Paulo).

Professor Nilson Henrique expõe, em mesa de comunicações sobre o Ensino
de História, os objetivos propostos e os resultados obtidos com o projeto
Encontros & Conexões: [re]descobrindo histórias, realizado em Queimados,
no ano de 2011.
O produtivo debate que se seguiu, em ambas as mesas, suscitou-nos muitas reflexões e fez com que retornássemos ao Rio de Janeiro, cheio de ideias e com a certeza de que, apesar de todas as dificuldades, o trabalho que desenvolvemos vem sendo conhecido, reconhecido e respeitado dentro e fora das comunidades acadêmicas.  Oportunidades como essa são, certamente, uma motivação imensa para que prossigamos em nossas jornadas!      


Lamentando o pouco tempo disponível para a estada e participação nas
atividades do evento, nos despedimos de Belo Horizonte, às portas do
prédio da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH/UFMG).